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Queda de produtividade preocupa produtores de limão

Frutas não atingem tamanho ideal e parte da colheita acaba indo para a indústria de moagem Reprodução/TV TEM Encontrar limão no ponto certo de colheita tem...

Queda de produtividade preocupa produtores de limão
Queda de produtividade preocupa produtores de limão (Foto: Reprodução)

Frutas não atingem tamanho ideal e parte da colheita acaba indo para a indústria de moagem Reprodução/TV TEM Encontrar limão no ponto certo de colheita tem sido uma tarefa cada vez mais difícil nesta entressafra para os produtores de Itajobi (SP), município que está entre os maiores produtores da fruta no Brasil. Com 50 mil pés cultivados, o produtor rural Vitor Hugo Roque já prevê uma quebra de quase 20% na produção deste ano. O principal motivo, segundo ele, é o clima seco. “A planta não se desenvolve, dá pouco fruto e a colheita fica complicada”, explica. Mesmo com a área irrigada, as plantas sofreram com a falta de chuva e o excesso de calor. No pé, a maior parte dos limões está miúda e ainda longe do tamanho ideal para o mercado. Segundo o engenheiro agrônomo Uander Júnior Baunilha, a diferença de tamanho é determinante: frutos menores perdem valor e dificultam o escoamento da produção. “Na entressafra, o produtor espera caixas cheias porque a procura aumenta e o preço sobe. Mas com a fruta pequena, ou ela fica no pé esperando chuva ou vai para a indústria de moagem, que paga bem menos”, explica. Na beneficiadora local, por onde passam cerca de 6 toneladas de limão por dia, a fruta é submetida a uma seleção criteriosa. Segundo Uander, as quatro primeiras esteiras do processo costumam separar os frutos que não têm padrão de mercado. A empresa beneficiou 32 toneladas no ano passado e exporta 30% da produção para países da Europa e América do Sul — mercados que exigem limões graúdos e com casca mais grossa para resistirem ao transporte. O produtor Ciniro Sorge, que cultiva cerca de 2 mil pés, também viu parte da produção se perder no chão. O sobrinho João, responsável pela administração do sítio, mostra os frutos pequenos que não vingaram. “A gente enfrenta secas há três anos. Teve frio forte no começo e agora essa seca… falta água, e a planta sente”, conta Ciniro. Para tentar amenizar os efeitos do clima, os produtores intensificaram a irrigação e recorreram à chamada indução, técnica usada meses antes da entressafra para estimular a florada. Mas a chuva escassa impediu bons resultados. “A indução ajuda, mas depende da chuva. Como choveu muito pouco, o resultado ficou abaixo do esperado”, explica o consultor agrícola Duan Júnior Magalhães. Preço menor que no ano passado desanima produtores Além da quebra de safra, o preço do limão também ficou abaixo da expectativa. Em 2024, a caixa chegou a R$ 120 na entressafra. Este ano, não passou de R$ 90. Mesmo diante das dificuldades, Vitor Hugo diz que não pretende desistir da lavoura. “O limão faz parte da história da minha família. Eu cresci aqui. É muito trabalho, mas também muito amor e fé de que o clima vai melhorar”, afirma o produtor. Os produtores de Itajobi agora apostam na chegada das chuvas de primavera para recuperar parte das perdas. Se o clima ajudar, a fruta poderá atingir o padrão ideal para venda no mercado interno e exportação — mantendo o município como referência na produção de limão no Brasil. Veja a reportagem exibida no programa em 19/10/2025: Queda de produtividade preocupa produtores de limão Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo